terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Rita Lee eterna...



Não sei se vocês sabem, mas eu sou fã incondicional de Rita Lee. E também do sempre genial Tom Zé. Aliás, larguem tudo o que estejam fazendo agora, até sexo selvagem no chão da cozinha, e vejam Fabricando Tom Zé. Fenomenal.

Bem, folheando a Rolling Stone de dezembro, encontro Ritinha na capa. Entrevista sensacional de Marcus Preto, falando de seus sessenta anos de idade e quarentinha de carreira. E lá está o grande Tom Zé, figura como de costume, falando de nossa branquela "Ovelha Negra", mais especificamente, de seu amor por Roberto de Carvalho.

É de rolar no chão de tanto rir.

Segue:

"Ela conheceu o marido em 1975, quando ele fazia parte da banda de Ney Matogrosso. Dois anos depois, o guitarrista já constava na ficha técnica de Refestança (disco que a ruiva dividiu com Gilberto Gil pouco depois de sair da cadeia) como um dos membros do Tutti-Frutti, banda que a acompanhava desde o ano seguinte a sua saída dos Mutantes. Roberto foi tomando conta do pedaço e, pouco mais de um ano depois, o Tutti-Frutti estava desfeito. “Formamos uma dupla dinâmica de verdade. Há 31 anos, trabalhamos a quatro mãos, não sabemos o quanto dele é meu e o quanto de mim é dele. Roberto é um maestro do bom gosto, da harmonia requintada, um instrumentista impecável. Já eu sou um pára-raio do inconsciente coletivo que não sabe cantar nem tocar nada e se mete a besta”, ela define.

O disco de estréia da dupla, nas lojas em 1979, foi o maior sucesso da ruiva até ali, emplacando quase todas as faixas nas rádios, a começar pela balada-de-pós-trepada “Mania de Você”. Na foto de contracapa do LP, ela aparece grávida do terceiro filho, Antônio, escorada em Roberto, que toca sua guitarra. Tom Zé considera esse álbum um marco da sexualidade brasileira. “Ele foi responsável pela educação sexual daquela época, com suas letras sexo-pedagógicas criadas pelo fato de Rita ter encontrado um marido tão fantástico como Roberto de Carvalho. Nunca vi uma pessoa se apaixonar tanto pelo pau de um namorado a ponto de tecer loas constantes e repetidas em tudo que cantava”, diz o tropicalista. E segue a viagem: “No futuro, as moças podiam até reivindicar ter um pau como o que ela teve. A ciência, quando se tornar útil para o povo, vai estudar o pau de Roberto de Carvalho, criar pênis iguais e pôr no mercado. Toda moça haverá de dizer: ‘Também quero o meu igual’. Como as coisas que a ciência produz são, no princípio, muito caras, o Governo Lula, que é muito preocupado com os impostos, iria taxá-los muito alto, como taxa os automóveis. Os sociólogos até diriam que os pênis da marca Roberto estavam criando problemas na economia familiar, mas imediatamente a associação dos pais iria fazer uma declaração na primeira página dos jornais dizendo: ‘Não, para minha filha quero o melhor!’.”

Mas os fãs dos discos dos mutantes e do Tutti-Frutti, amparados por parte da crítica musical, não receberam a mudança causada por Roberto com os mesmos bons olhos de Tom Zé. “Os mais burros diziam que ele estava dando um golpe para aparecer às minhas custas”, ela conta. “Entre nós dois, Roberto e eu, não rolavam saias-justas. Sabíamos o potencial um do outro. O que enchia o saco era gente de fora dando opiniões babacas e tentando semear a discórdia."